Os impactos da pandemia têm sido amplamente discutidos nas ciências humanas e sociais. No campo da educação, essas transformações são interpretadas e vivenciadas de diferentes formas. O docente de Educação Física no Ensino Médio está inserido em um contexto que, além dos desafios trazidos pela pandemia, enfrenta mudanças legislativas (por exemplo, a mudança no Ensino Médio) que dificultam a compreensão e a atuação no ambiente escolar. Nesse sentido, o presente estudo buscou aprofundar-se nessa problemática, com o objetivo de contribuir para o campo educacional, identificando caminhos para lidar com os dilemas emergentes. Para tanto, optou-se por uma análise ancorada no referencial teórico dos Estudos Culturais, com o intuito de compreender, a partir das representações dos docentes, os impactos do cenário pós-pandêmico no cotidiano da Educação Física no Ensino Médio. Compreender essa discursividade docente pode colaborar na busca por possibilidades pedagógicas, especialmente diante da constatação de que o campo educacional foi significativamente precarizado durante o período pandêmico, em parte devido à ausência dos jovens nas escolas. Adicionalmente, o modelo de ensino remoto adotado durante a pandemia ampliou e evidenciou desigualdades educacionais já existentes, o que justifica ainda mais a necessidade de compreender como esses desafios se apresentam aos docentes. A pesquisa, de natureza qualitativa, utilizou a metodologia de pesquisa de campo, com entrevistas semiestruturadas, alinhando-se às sugestões de Meihy e Holanda para o método de História Oral. O objetivo foi investigar as transformações educacionais causadas pela pandemia no Ensino Médio, a partir das narrativas dos docentes. Foram entrevistados quatro professores de Educação Física, e os resultados indicam que a pandemia impactou profundamente a formação educacional e social dos jovens, restringindo vivências relacionadas às práticas corporais e acentuando desigualdades estruturais no ambiente escolar.