A proposta desta obra envolve uma preocupação com relação à forma, muitas vezes improvisada, como esse componente curricular tem se apresentado nas escolas, nesse cenário do novo Ensino Médio. Sem perder seu tom crítico, avança na perspectiva analítica porque credita à narrativa sociológica um embasamento conceitual consistente para explorar as diferentes dimensões que balizam as trajetórias dos estudantes do Ensino Médio. O livro como um todo, a despeito de sua heterogeneidade metodológica, sinaliza para uma perspectiva crítica e imaginativa em relação ao Projeto de Vida na escola. Argumenta que uma “virada sociológica” não é só possível, como necessária. E as várias reflexões aqui contidas atestam a fecundidade das Ciências Sociais quando estas se debruçam sobre questões não só teóricas, mas também práticas. É assim que exercitamos nossa “imaginação sociológica” e transformamos nosso ofício em um “artesanato intelectual” – para utilizar aqui os termos clássicos de C. Wright Mills, os quais sempre mencionamos aos nossos alunos como horizontes de uma boa prática no campo. Trata-se de uma contribuição para os professores que estão na linha de frente, ciosos de seus campos disciplinares, mas diante dos desafios de assumir as novidades das novas configurações do cenário educacional brasileiro.