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INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: ENSAIOS, REFLEXÕES, PROPOSIÇÕES E DESAFIOS

Luísa Helena S. Sousa
Júlio Nonato S. Nascimento
Bruno Andrade da Gama
Edivalda S. Nascimento

ISBN: 978-65-5889-240-3
DOI: 10.46898/rfb.9786558892403

Presentation

O convite que recebi dos organizadores dessa coletânea de artigos para prefaciar a obra “INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: ENSAIOS, REFLEXÕES, PROPOSIÇÕES E DESAFIOS”, deixou-me muito honrado, porém ao mesmo tempo surpreso, pela minha pouca experiência nas questões que envolvem o ensino e mais especificamente a pedagogia. De fato, tenho me dedicado à docência no ensino superior há pouco mais de uma década, porém em uma área da ciência que tradicionalmente se mantém fechada a um diálogo mais aberto. A aparente autossuficiência da ciência do Direito, justificada durante muito tempo através de uma base epistemológica clássica, só começa a ser rompida nas últimas décadas pela expansão da formação superior e pelas fortes mudanças que estão acontecendo em nossa sociedade, cada vez mais complexa. Talvez aqui possamos começar a encontrar os pontos de convergência entre os processos delineados nesta obra, através das pesquisas desenvolvidas por seus autores, com aquilo que tenho vivenciado no ensino superior. Cada vez mais é exigido do docente a capacidade de adaptação frente às mudanças. As mais emblemáticas delas foram àquelas trazidas pela pandemia do COVID-19. Nos últimos dois anos, em razão das restrições que nos foram impostas, diversos setores tiveram que encontrar novos caminhos para a continuidade de suas atividades. A educação, uma dessas áreas essenciais, tão necessária para o nosso desenvolvimento enquanto sociedade, teve que se defrontar com novos obstáculos. Nesse processo de resposta às mudanças, novas e antigas soluções acabaram por ser encontradas. Entre elas, soluções tecnológicas, através de mecanismos que já estavam à nossa disposição, mas que não tinham tanta adesão, por ausência de capacitações ou mesmo por simples resistência ao seu uso. A utilização da videoconferência é um exemplo disso. É possível imaginarmos que se a pandemia tivesse ocorrido há 15 ou vinte anos, a resposta dificilmente seria a mesma. Isso nos traz um sentimento de otimismo e progresso, com a expectativa de que novas tecnologias serão desenvolvidas nos próximos anos. Inclusive, nossos pesquisadores demonstram muito bem, através de seus relatos e experiências, que as mudanças aceleradas pelo processo de pandemia, já nos permitem afirmar que a educação jamais será a mesma. Por outro lado, apesar da existência da tecnologia, a desigualdade no seu acesso continua a ser um enorme desafio. Essas peculiaridades locais constituem um segundo ponto que a meu juízo merece destaque. As pesquisas brilhantemente confeccionadas e organizadas através dessa coletânea foram realizadas com o propósito de responder algumas das necessidades específicas da nossa comunidade, trazendo à tona a importante reflexão acerca da Inclusão e Acessibilidade! Não podemos perder de vista que estamos em uma região estratégica para o desenvolvimento nacional, capaz de gerar até mesmo interesse internacional, por sua enorme biodiversidade e ambiente único. Por outro lado, temos de entender o fato de que esse mesmo espaço é ainda desconhecido da maioria e indiscutivelmente desconsiderado em fatores humanos, os quais envolvem complexas problemáticas sociais. Notadamente as questões levantadas de forma mais evidente e de maneira justificada, conseguem alcançar algum grau de atenção e de especial preocupação. Outras questões específicas da realidade amazônica e de seus espaços urbanos, porém, não conseguem atrair interesse da mídia. A falta de discussões dessas questões torna inviáveis mobilizações por parte das instituições, sejam elas estatais ou da sociedade civil organizada. A possível virada nessa realidade pressupõe a maior participação da nossa comunidade na formação de políticas públicas, as quais devem contar com a atuação de pessoas, formadores de opinião e entidades que conhecem e vivenciam o espaço local. Por último, gostaria de destacar mais um ponto de atenção para os nossos leitores, a interdisciplinaridade. O conhecimento é dividido em disciplinas apenas para atender uma convenção didática. Porém, a verdadeira compreensão da realidade exige dos pesquisadores, docentes e alunos um olhar mais aberto e plural, capaz de se adequar aos novos tempos que estamos a vivenciar. Iniciativas como essa realizada pelos pesquisadores do IFPA, em seus diferentes núcleos, demonstram um esforço de resistência. Na verdade, constituem relatos de efetivação concreta de direitos fundamentais negligenciados, além de servir de caminho para a descoberta de novos direitos e de novas tecnologias, com o objetivo de se levar educação a quem mais precisa.

Ítalo Melo de Farias
Coordenador do Curso de Direito do Instituto
Esperança de Ensino Superior (IESPES)
Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil
– Subseção de Santarém/PA

Publication date:

21 de fevereiro de 2022 16:14:33

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