E ste livro apresenta resultados de pesquisas realizadas no contexto Amazônico acerca da EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA. As investigações foram realizadas em dois municípios do Estado do Pará: Óbidos (Oeste do Pará) e Itaituba (Sudoeste do Pará). O lócus da pesquisa se deu pela atuação, enquanto docente/orientadora, em faculdade e universidade instaladas nos municípios.
Os textos aqui reunidos representam um panorama da problemática que envolve o processo de inclusão de crianças com deficiência e transtorno do espectro autista. Eles são frutos de trabalhos de conclusão de curso e artigos solicitados durante a oferta do componente curricular Educação Especial na Faculdade de Itaituba – FAI e, na Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA/ Campus Óbidos.
O primeiro texto, de autoria de Maria Rubiane Rocha Da Silva, Vilma Marinho Coelho e Euricléia do Rosário Galúcio, analisa o processo de inclusão de crianças com deficiência na sala de aula regular a partir da implantação o processo de inclusão no contexto de uma escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental no município de Óbidos­ PA. Os resultados obtidos apontam para a construção de um novo paradigma de práticas de Inclusão dentro do contexto escolar, que fortaleçam mudanças significativas nas posturas de culturas intrinsecamente arraigadas no interior das escolas que fortalece as barreiras de preconceitos e desrespeito com as pessoas com deficiências.
O segundo texto, sob autoria de Ediane Oliveira de Sousa e Euricléia do Rosário Galúcio apresenta como a tecnologia assistiva é utilizada pelos professores de uma Escola de Ensino Fundamental no município de Itaituba/Pará, destacando os tipos de recursos utilizados na sala de AEE (Atendimento Educacional Especializado), e identificando as dificuldades enfrentadas pelos professores ao trabalhar com esses recursos. Analisou­se que escola e professor possuem um papel fundamental na vida do aluno com deficiência, porém é necessário que ambas firmem parcerias onde se efetive projetos de tecnologia assistiva, os quais venham mostrar a todos a importância que estes recursos oferecem. Sua utilização é fator indispensável para os alunos com deficiência, uma vez que promove maior autonomia e independência, melhor qualidade de vida e inclusão social e educacional, potencializando suas capacidades.
O capítulo que segue, é de autoria de Cássio Felipe da Silva Canto, Gracivaldo Andrade da Silva, Raiza Maria Pinheiro de Castro e Euricléia do Rosário Galúcio. O texto é resultado de uma pesquisa sobre educação especial nas escolas do Ensino Médio em Óbidos­PA. Os autores destacam que existe uma demanda por formação continuada para atuar no campo da educação especial inclusiva. Aponta, ainda, para a necessidade de o Estado comprometer­se com a causa, pois compete ao poder público oferecer as condições necessárias para que a escola possa estar cada vez mais preparada para promover a inclusão.
O texto final, de autoria de Francisca de Andrade Uchôa e Euricléia do Rosário Galúcio, aborda a Inclusão de um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em uma Escola de Ensino Fundamental no município de Itaituba/Pará, contemplando pressupostos da inclusão e aspectos legais do Atendimento Educacional Especializado (AEE) no que diz respeito às finalidades, princípios e organização das salas de recursos multifuncionais.
Os estudos aqui reunidos, afloram a discussão acerca do processo inclusivo de alunos com deficiência e TEA. Realizam análises bibliográficas, legislações, confrontando com a realidade das escolas públicas. Entendendo que algumas escolas estão em processo mais avançado, outras ainda, se encontram engatinhando para atender os aspectos legais que fundamentam a inclusão.
No entanto, todas apontam para a necessidade de políticas públicas municipais e estaduais mais condizentes com a realidade de cada escola/município. Também retrata que nem sempre a escola e, professor, estão preparados para atender o aluno da Educação Especial. É necessário formação contínua e, um redirecionamento das práticas pedagógicas, estrutura arquitetônica, acessibilidade e mudanças atitudinais, para então se dizer que a inclusão de fato acontece.
A intenção do livro é fomentar o debate crítico sobre a Educação Especial Inclusiva, bem como analisar o real contexto das escolas públicas na Amazônia, incentivando a pesquisa dentro dos cursos de licenciaturas, destacando o papel da universidade na luta pela equidade social.