O presente estudo busca esclarecer, à luz da Psicologia do Desenvolvimento, sobre os impactos do uso excessivo de telas na infância, com foco na compreensão crítica dos impactos psicossociais da tecnologia sobre crianças de 12 a 36 meses, com ênfase em linguagem, vínculo afetivo e desenvolvimento emocional. Questiona-se: os efeitos da exposição precoce e prolongada às telas digitais pode prejudicar o desenvolvimento da linguagem e as interações parentais em crianças de 12 a 36 meses? Considera-se que essa fase da infância é caracterizada por intensa plasticidade cerebral e construção de habilidades cognitivas, afetivas e sociais, altamente dependentes da qualidade das experiências interativas. As bases teóricas de Piaget, Vygotsky e Bowlby sustentam a compreensão de que o desenvolvimento infantil é impulsionado por estímulos sociais significativos, o que é comprometido pela substituição de interações humanas por conteúdos digitais passivos. A pesquisa destaca ainda, que o tempo de tela excessivo pode causar atrasos na fala, empobrecimento vocabular e prejuízos na atenção e memória de trabalho. Além disso, a qualidade das relações familiares é afetada pela tecnologia, que reduz a responsividade parental e enfraquece vínculos afetivos essenciais. Por fim, os aspectos emocionais e sociais também são impactados, com aumento de comportamentos desregulados, dificuldades empáticas e prejuízos nas competências sociais. O estudo reforça a importância do uso consciente e supervisionado das tecnologias, especialmente na primeira infância, e aponta a necessidade de políticas e orientações que promovam ambientes mais interativos e humanizados para o desenvolvimento infantil. A metodologia baseia-se na análise conceitual e interpretativa de estudos científicos e fundamentos teóricos de autores clássicos (Piaget, Vygotsky e Bowlby) e contemporâneos da área.