Os lixões são locais de disposição indiscriminada de resíduos sólidos sem qualquer medida de proteção para o meio ambiente e o seu entorno gerando riscos ambientais e, quando há atuação de pessoas na catação de materiais recicláveis, ocupacionais. Apesar dos avanços relacionados às políticas públicas específicas voltadas para esses trabalhadores, muitos ainda seguem atuando em lixões, o que constitui um desafio especialmente para a administração pública de pequenos municípios. Pouco se conhece sobre quem são e como vivem estes profissionais, que ainda são invisíveis para grande parcela da sociedade, inclusive para o poder público, que pouco tem atuado visto a dificuldade de antever soluções de cunho social e ambiental para esse grupo de trabalhadores. O estudo teve como objetivo responder às questões: quem são e quais os riscos ocupacionais, ambientais e sociais que os catadores de materiais recicláveis que atuam em um lixão de um município de pequeno porte do estado de Minas Gerais estão expostos? Acredita-se que somente a partir dessas informações será possível iniciar processo de estruturação e acesso às políticas públicas, como saúde, educação e assistência social. Para sua realização foi utilizado um roteiro semiestruturado, com 65 perguntas sobre as condições de trabalho e de saúde dos catadores de materiais recicláveis. Ao término do estudo, ficou evidente a necessidade de redirecionar o olhar para esta população específica da sociedade, por meio das estruturas públicas já existentes. O despertar para a existência destes que são também colaboradores municipais, pela natureza do trabalho exercido, deve ser imediato. O setor público e a sociedade precisam enxergar além do lixo que descartam